Gostava muito da crónica da Isabel Stiwell, aos domingos- enquanto foi responsável pela revista do Diário de Notícias DN Magazine (que, diga-se de passagem piorou desde a sua saída) -, felizmente continuo a ler as suas crónicas no DESTAK:
Não podemos diabolizar as coisas, lá porque elas são utilizadas para fins errados ou perigosos. O suicício, ou um para-suicídio, é certamente a experiência mais extrema e dolorosa não só para quem o tenta, como para a família que, sinceramente, acredito nunca se recompõe totalmente. A ideia que que não chegámos para aquela pessoa, de que não fomos capazes de a proteger, deve ser a prova mais dura por que alguém pode passar. Só a certeza de que cada um é o responsável último pela sua vida pode diminuir, de alguma maneira, o impacto nuclar de um gesto destes. Mas essa certeza tem dia e tem horas, e raramente se instala permanentemente, embora fosse completamente justo que assim fosse.
Mas não são, nem podiam ser, os ansiolíticos os culpados, nem outra qualquer substância, porque admiti-lo é admitir que o inimigo vem de fora e não de dentro. O que não é verdade. As benzodiazepinas foram das dscobertas mais fantásticas do mundo, como sabem 80% dosportugueses que todos os anos recorrem ai seu uso. Como poderiam aliás atestar maridos e filhos salvos do SPM das mulheres, colegas de trabalho que corriam risco de ser assassinados, funcionários de repartições de Finanças que chegam ao fim do dia com a sua integrídade física preservada.
Não, não estou a fazer a apologia da droga, mas um reconhecimento de que o stress, e muito pior do que isso, a ansiedade e o pânico são dos piores pesadelos que nos podem assaltar. Paralisam a vítima, congelam o cérebro, dão-lhe uma sensação de total impotência. São sintomas de uma doença, passageira ou crónica, e merecem ser tratados como quaisquer outros. Sem obviamente se fazer a apologia de que mem lugar se de procurar as causas, se opte por afogá-las em comprimidos.
O que me irrita mesmo é que, subjacente a esta atitude critica está , muitas vezes, a convicção moralista de que o sofrimento mental fortalece a alma. Um tipo de 'mal-estar' que as pessoas de barba rija superam sozinhas. Como aliás as taxas de alcolismo indicam na perfeição!