O Hospital que serve a minha residência, e a da minha mãe, é o Hospital Francisco Xavier. Posso dizer que o conheço bem desde que foi criado: antes filho asmático, agora mãe de 84 anos.
O Hospital que serve a residência da minha irmã é o Garcia da Orta, pelo que ontem, estando a nossa mãe em casa dela, entrou de urgência no Garcia da Orta.
O serviço administrativo entre o Francisco Xavier e o Garcia da Orta é abismal. No Francisco Xavier há um tratamento carinhoso para os acompanhantes do doente, informam-nos do que vai acontecendo com os familiares que estão na urgência, se não há o caos por desastres sucessivos deixam-nos ( e até acho que agradecem) estar ao junto aos nossos. Até os seguranças no Francisco Xavier estão ali para ajudar, não para enchutar como no Garcia da Orta. Aqui as informações sobre a situação clínica do paciente (sim tem de se ter muita paciência) tem hora marcada para serem transmitidas e com preenchimento prévio de um papel. Não dão informações pelo telefone.
Pedi um justificativo, para entregar no emprego, como tinha estado no Hospital com a minha mãe durante o dia de hoje. Recusaram-se a passar. Tentei explicar-lhes que tinham os meus pedidos de informação sobre a situação clínica, que me obrigavam a preencher para saber dela, o que comprovava que ali tinha estado. Em vão. Pedi o livro de reclamações.
No Francisco Xavier os médicos da urgência falam com os familiares, agradecem o nosso apoio, explicam o que se passa. No Garcia da Orta o único médico que vi, olhou para mim e disse-me logo rispidamente: não vou falar com familiares. Também lhe respondi no mesmo tom: mas posso estar com ela este bocadinho, não?