aqui:
Este:
mas, como está s ser relido lá para as bandas da Ribeira da Raposa (outro belo lugar para ler um livro), escolho este:
"Sofia era insensata: com frequência fazia tolices sem pensar.
Veja-se o que um dia lhe aconteceu.
A sua Mãe tinha uns peixinhos pouco maiores do que um alfinete e pouco mais grossos do que a cana de uma pena de pombo. (...) Todas as manhãs, a Senhora de Réan dava pão aos seus peixinhos. Sofia divertia-se a vê-los atirarem-se às migalhas e disputá-las uns aos outros. (..)
(...) Numa dada manhã, Sofia brincava aos jantarinhos. A Ama dera-lhe pão e amendoas, que ela cortara em bocadinhos e tirinhas respectivamente, e umas folhas de alface. Sofia pediu ainda azeite e vinagre para fazer uma salada.
Não respondeu a ama - prefiro dar-lhe sal; azeite e vinagre não dou, porque pode sujar o vestido.
Sofia deitou o sal na salada e sobrou-lhe bastante.
Se houvesse qualquer coisa para salgar! disse para si mesma - Não posso salgar o pão. Precisava de carne ou peixe...Oh! tenho uma ideia! Vou salgar os peixinhos da minha Mãe. Com a minha faca posso cortar alguns em postas e outros salgo inteiros. Vai ser divertido! Que bonito vai ficar o prato! (...)
Condessa de Ségur, Os desastres de Sofia, artemágica, Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, Lisboa 2004.