A Ribeira de Barcarena, que passa aqui pela minha vila, e desagua no que ainda é Tejo, é uma das minhas memórias de infância. No Verão chapinhávamos nela, andávamos à caça de rãs, apanhávamos tareias e/ou raspanetes dos pais por chegarmos encharcados a casa. No Inverno a ribeira vingava-se de nós: Hoje o que é uma estrada larga, era na minha infãncia um carreiro em terra, estreito, que alagava durante o Inverno e que parecia que tinha tentáculos prontos a agarrar-nos para nos engolir. Era o caminho mais perto para a escola, mas, de medo, nunca íamos por ali.